Um mar de riquezas e oportunidades
O mar e a economia estão diretamente relacionados. A Terra conta com 361 milhões de km² de oceanos, cerca de 71% da sua superfície total. Quase metade da população mundial (44%) vive e trabalha a 150 km da costa, movimentando 1,5 trilhão de dólares, o que representa 2,5% do PIB global, segundo dados de 2010.
Esta relação mar-economia cresce rapidamente. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a economia oceânica atingirá a marca de 3 trilhões de dólares em negócios até 2030.
A chamada Economia do Mar reúne diferentes segmentos, incluindo atividades logísticas e turísticas, esportes náuticos, indústria naval, recursos oceânicos, de serviços marítimos, pesquisa, extração e processamento de alimentos e de outros recursos vivos e não vivos do mar.
No Ceará, o Governo do Estado, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e uma série de instituições ligadas ao setor estão trabalhando para o desenvolvimento sustentável deste que é considerado um dos clusters de desenvolvimento econômico do Ceará.
A sustentabilidade, pilar essencial para este segmento, segue a pauta da preservação dos mares da Organização das Nações Unidas (ONU) que declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável.
O Estado possui cerca 600 km de litoral, dois grandes portos, um turismo já consolidado, assim como vocação para o desenvolvimento de energias renováveis, turismo náutico esportivo e um forte setor pesqueiro que coloca o estado entre os primeiros do ranking brasileiro. O setor pesqueiro concluiu o ano de 2021 com um total de pescados exportados de 102 milhões de dólares, valor 52,75% maior que em 2020, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio/ComexStat. Lideraram este crescimento as conservas de pescado, com um aumento de 147% entre 2020 e 2021. De janeiro a setembro de 2021 o volume de pescados exportado cresceu 56,3%.
Fundada em 2014, a Crusoé Foods faz parte do grupo espanhol Jealsa, e vem protagonizando uma história de sucesso ao investir na indústria pesqueira Ceará, com sua unidade de produção localizada no município de São Gonçalo do Amarante, estrategicamente próxima do porto do Pecém. "O Ceará foi uma grande e positiva surpresa para a Crusoé. A pesca do atum que ajudamos a desenvolver na costa cearense fez com que praticamente toda a matéria-prima de atum processada pela Crusoé venha do Ceará. E hoje esse produto é de altíssima qualidade e muito competitivo no mercado", afirma Fernando Botelho, diretor de controladoria da Crusoé Foods.
Ceará 2050: Riquezas do mar
O Programa Riquezas do Mar aposta no potencial econômico do mar como fonte de riqueza e diferencial comparativo para o Ceará, a partir da manutenção, proteção e incentivo às atividades da pesca e da aquicultura do mar como geradora de emprego e renda.
As ações do programa visam garantir a prática de maneira legal, sustentável e harmônica com as demais cadeias produtivas do Ceará que encontram no mar os insumos para o seu desenvolvimento. Foram estruturadas, analiticamente, em cinco grupos de acordo com as diretrizes estratégicas estabelecidas para o segmento.
Entre as ações do programa, que abrem inúmeras oportunidades para os investidores, estão a construção de moderna infraestrutura para ampliação e melhoria da competitividade da produção, comercialização e distribuição de produtos pesqueiros; a requalificação da infraestrutura logística de transporte e armazenagem refrigerada para as atividades pesqueiras; a implementação do monitoramento em tempo real de qualidade da água, sedimento e condições meteorológicas e prevenção de impactos ambientais no cultivo de tilápias em tanques-rede no açude Castanhão; a implementação de um programa de incentivos, capacitação, financiamento e apoio de infraestrutura para o estímulo a empreendimento industriais, semi-industriais e arranjos produtivos para a verticalização da produção pesqueira e aquícola; e o fomento a cadeia produtiva da pesca da lagosta e do atum, tornando o Ceará um polo pesqueiro que agrega valor e qualidade aos produtos capturados.
Esportes aquáticos: Um recorde no Ceará
Entre julho e dezembro, ventos constantes de 30km/h a 70km/h sopram com força no Ceará. Condição ideal para a prática do kitsurfe, esporte aquático que, através de uma prancha e de um kite (pipa), faz uso do vento para atravessar a água.
A praia de Cumbuco, em Caucaia, recebeu mais de mil kitesurfistas em setembro de 2022, no evento Kiteparede. Ele quebrou o recorde de maior número de atletas velejando ao mesmo tempo, com 884 surfistas. A prova foi acompanhada por uma comissão julgadora do Guinness World Records 2022 e, para a contagem oficial, a comissão levou em consideração os atletas que fizeram o percurso no tempo determinado em raias que variam de 2k a 5k.
Os projetos para o desenvolvimento dos esportes aquáticos no Ceará contemplam a Economia do mar com alto valor agregado e sustentabilidade.
A pesca esportiva é outro setor da chamada Economia do Mar que cresce com projetos para o seu desenvolvimento. No Ceará existem 1.273 estabelecimentos onde são comercializados artigos de pesca. Hoje os principais rios onde se realizam torneios de pesca são: Rio Coreaú, Rio Jaguaribe, Rio Ceará, Rio Pacoti, Rio do Cocó e Rio Piranji.
Neste sentido, está sendo realizado um estudo pela Secretaria Executiva do Agronegócio para a identificação do potencial da pesca esportiva no Ceará. O objetivo principal do estudo é ressaltar os benefícios que o turismo da pesca esportiva pode trazer de maneira sustentável, principalmente no Ceará, onde tanto a região litorânea quanto o sertão semi-árido apresentam boas perspectivas para a prática desse esporte.
Veja aqui, na página 192, todas as ações do Plano Riquezas do Mar.
Multimídia
Rádio: diretor de controladoria da Crusoé Foods, Fernando Botelho