Economia Criativa: Ideias que movem negócios

14:14 14 de novembro de 2022 Por Daniel Oiticica

A Indústria Criativa ocupa hoje um papel fundamental na Economia do Conhecimento, com o trabalho criativo sendo um dos fatores de produção mais importantes e valiosos. Todas as transformações no mundo dos negócios e as mudanças nas relações de trabalho, consumo e nos modelos de geração de riqueza, fizeram dos profissionais criativos uma espécie de radar para todas as indústrias, marcando novos caminhos e tendências de geração de valor para a economia e a sociedade.

Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a Economia Criativa abrange atividades relacionadas a quatro eixos principais: patrimônio, artes, mídia e criações funcionais.

Destes eixos, fazem parte as Expressões Culturais Tradicionais (artesanatos, festivais e celebrações), Sítios Culturais (sítios arqueológicos, museus, bibliotecas), Artes Visuais (pinturas, esculturas, fotografias), Artes Dramáticas (música, teatro, dança, ópera, circo, marionetes), Publicidade e Mídia Impressa (livros, imprensa e publicações), Audiovisual (cinema, televisão, rádios), Design (de interiores, de gráfico, moda, jóias e brinquedos), Novas Mídias (softwares, jogos e conteúdo digital) e Serviços Criativos (arquitetura, propaganda, P&D, cultura e recreação).

O Ceará ocupa um lugar de destaque na Economia Criativa, segundo o Mapeamento da Indústria Criativa de 2022, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) desde 2008, que vai além da simples atualização de números e busca radiografar o comportamento dessa Indústria e suas peculiaridades em relação aos demais setores no Brasil e nos estados da Federação.

Segundo o mapeamento da Firjan, em termos de aumento das taxas de participação da Indústria Criativa em seus respectivos PIB, os Estados que mais se destacam são precisamente o Ceará e o Rio de Janeiro, que apresentaram um crescimento de 0,79 e 0,86 pontos percentuais, respectivamente. Em termos de Participação dos Profissionais de Consumo na Indústria Criativa do Brasil, o Ceará continua sendo o estado com maior peso dos criativos em Consumo (52,3%).

Apostando tudo na Economia Criativa, as unidades estaduais dos nove estados do Nordeste, em conjunto com a Associação Brasileira dos Sebraes Estaduais/Nordeste (Abase Nordeste) e Sebrae Nacional, colocaram em práticas diversas ações que visam promover o fortalecimento dos negócios criativos da região, contribuindo para a geração de emprego e renda. Chamada de Projeto Regional Nordeste da Cadeia de Valor da Economia Criativa, a iniciativa envolve a realização de diversas atividades, como a oferta de capacitações, consultorias, mapeamento do setor, editais de apoio aos negócios criativos e a realização de eventos ligados a temática.

“O Ceará é um estado que possui um potencial criativo muito grande, some-se a isso a existência de todo um ambiente que vem se constituindo na região, sobretudo de estímulo à inovação e a criatividade. O que nos falta, a exemplo de outros locais, é transformar este potencial e esta criatividade em negócios criativos, porque quando falamos de Economia Criativa, estamos falando necessariamente da geração de negócios. E é aí que o Sebrae entra, tentando ajudar estes profissionais criativos a se verem também como empreendedores, capazes de transformar o seu ofício criativo em um negócio competitivo e economicamente sustentável” afirma Joaquim Cartaxo, diretor superintendente do Sebrae/CE.

“O projeto de Economia Criativa do Sebrae no Ceará tem uma atuação muito ampla, que está segmentada em quatro grandes grupos de ações, divididos nas áreas de Ambiente, Gestão, Inovação e Mercado. Na área de ambiente, desenvolvemos ações de fomento a políticas públicas que favoreçam a geração de negócios da Economia Criativa e a produção associada destes segmentos ao turismo, através da qualificação de empreendedores e promoção de boas práticas nos territórios da região Nordeste. Na área da gestão é que estão inseridas as capacitações, que visam aumentar a competitividade dos negócios criativos. Nelas, nós trabalhamos atividades e competências ligadas à gestão do negócio, como a precificação, o empreendedorismo, o associativismo, finanças, marketing, entre outros conhecimentos, importantes para quem desenvolve a atividade empreendedora. Já na área da Inovação, buscamos apoiar estes negócios criativos na promoção e no acesso à inovação, com lançamento de editais para estimular os empreendedores criativos a transformarem suas ideias em negócios, ou seja, ajudando a fortalecer o processo criativo como negócio competitivo e sustentável. Também incentivamos a inserção dos setores da Economia Criativa nos programas de inovação”, explica Cartaxo.

Multimídia
Live: Joaquim Cartaxo, diretor superintendente do Sebrae Ceará, e Paulo Rabelo, presidente da Câmara Setorial da Moda

Podcast: Paulo Rabelo, presidente da Câmara Setorial da Moda