Governadora Izolda Cela: "O cearense prima pela excelência"
Inovação, tecnologia, desenvolvimento sustentável. Essas são as metas que o estado do Ceará vem perseguindo há mais de duas décadas, com a adoção de políticas públicas que desburocratizaram o processo de investimento, equilibraram as contas públicas, modernizaram a infraestrutura, e levaram o estado a uma posição de destaque, por exemplo, na educação brasileira. Hoje, a rede de escoamento logístico e a alta capacitação da mão-de-obra colocam o Ceará como protagonista em segmentos estratégicos, como a saúde, tecnologia, e a geração de energia verde, todas elas atividades de alto valor agregado. Nesta entrevista, a governadora Izolda Cela destaca os avanços e projeta um futuro ainda mais promissor para o Ceará, terra das oportunidades.
O Ceará é um dos estados brasileiros menos endividados e com maior crescimento do PIB. Quais foram as principais políticas implementadas que permitiram estes resultados tão satisfatórios?
Há pelo menos seis anos o Ceará é o estado do Brasil que mais investe, de acordo com a Receita Corrente Líquida. São centenas de equipamentos em construção, como escolas, creches, estradas, “areninhas”, unidades de saúde, entre outros, além dos investimentos em programas sociais. Um Ceará bem equilibrado, com a saúde fiscal em dia, aliado ao grande número de investimentos, faz a economia crescer e gerar mais emprego e renda para a nossa população. Isso é fundamental para que o Ceará cresça e se desenvolva cada vez mais.
Quais são as principais políticas do Ceará para permitir uma melhor distribuição dos seus recursos para todas as regiões do estado, evitando um dos problemas históricos do Brasil que é a concentração de renda?
Todos os 184 municípios cearenses recebem investimentos do Governo do Estado. Independentemente de ser um município com prefeito aliado politicamente ou de oposição. Não fazemos nenhum tipo de distinção política. Isso ajuda no desenvolvimento equânime das nossas cidades, fazendo com que os benefícios do poder público cheguem a todos os cearenses.
Um dos principais gargalos da economia brasileira é o excesso de burocracia para licenciamentos e abertura de empresas. Como obter a melhor equação para manter os controles necessários sem burocratizar o sistema?
Temos investido muito nesse processo de desburocratização em todas as áreas do estado. Recentemente lançamos a plataforma Empresa Mais Simples, da Junta Comercial, que visa desburocratizar e desonerar a constituição de empresas de baixo risco, aquelas cujos serviços não oferecem risco ambiental, sanitário e urbano de grande impacto. Além disso, temos o Laboratório de Inovação e Dados (Íris), que tem acelerado esse processo de Transformação Digital do Governo do Estado. Isso tem impactado muito positivamente nos serviços oferecidos ao cidadão e no funcionamento da máquina pública.
Neste sentido, como a senhora definira o ambiente de negócios para investimentos no Ceará?
Excelente. Temos a proximidade geográfica com a Europa, em relação aos outros estados brasileiros, e toda uma base já criada para receber novos investimentos. Como, por exemplo, nossa trinca de HUBs (aéreo, tecnológico e portuário). Além disso, temos a Zona de Processamento de Exportação, a ZPE, que fica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém e é um espaço já pronto para que novas empresas se instalem no Ceará. Nossas equipes estão sempre monitorando e prospectando novas oportunidades de investimentos no Ceará.
O Ceará tem chamado a atenção das maiores empresas do mundo para seu projeto do Hub de Hidrogênio Verde. Quais serão os grandes benefícios que o Ceará vai ter liderando este movimento de geração de energia limpa?
Acredito que é um momento em que todos somos chamados a assumir uma posição ativa em relação aos impactos trazidos pelas mudanças climáticas. E a forma como podemos contribuir é aproveitando o potencial do nosso estado para a produção de um combustível limpo e competitivo. Temos atraído a atenção de grandes investidores mundo afora para a estrutura moderna, com localização estratégica e a integração da academia e do setor produtivo junto ao estado para a produção do Hidrogênio Verde nos próximos anos. Isto trará inúmeras oportunidades para o Ceará e já nos coloca em destaque no cenário nacional como pioneiro em soluções para a transição energética. Junto da busca por novos investidores, seguimos aprimorando a educação no estado, fortalecendo o ensino básico e em constante aperfeiçoamento do nível superior, para formar profissionais que possam usufruir das oportunidades que serão geradas pela nossa indústria dentro dos próximos anos.
Falando em energia limpa, o Ceará também é destaque no Brasil com sua estratégia e transição da matriz energética para um modelo sustentável sem emissões de CO2. Como a senhora avalia este movimento?
É um movimento de muita ousadia, marcado pela assinatura de mais de 20 memorandos de entendimento, além da nossa participação na COP 27, no Egito. Levamos ao evento a nossa experiência com o Plano Estadual de Transição Energética Justa, o Ceará Verde, para alinhar o nosso estado às boas práticas de mitigação dos efeitos do aquecimento global, contribuindo para a construção de um futuro mais harmônico para as próximas gerações.
Além de governadora, a senhora é professora e especialista em educação. Por que o sistema educacional do Ceará é considerado hoje um dos melhores do Brasil?
Os resultados que temos colhido hoje são fruto de um trabalho feito a muitas mãos que está em andamento há quase 20 anos no Ceará. Tenho a satisfação de ter participado do início dessa caminhada, ainda como secretária de Educação na gestão do ex-governador Cid Gomes, da continuidade na gestão do hoje senador eleito Camilo Santana, como vice-governadora, e atualmente como governadora. O mérito da qualidade do ensino no Ceará é do investimento em políticas públicas que vão desde a alfabetização até o ensino superior, com ampliação das escolas de tempo integral, dos centros de educação infantil, dos programas de incentivo à permanência dos alunos de baixa renda nas universidades, valorização dos profissionais da educação, entre tantas outras medidas que contribuem para esse reconhecimento. É um trabalho integrado que busca identificar as carências mais básicas e superá-las.
Sendo cearense e tendo trabalhado quase toda a sua vida no Ceará, como a senhora definiria para aqueles que são de fora a qualidade da força de trabalho do cearense?
O cearense prima pela excelência naquilo que faz. Prova disso é a constante busca da nossa gente por atualização, capacitação e novas oportunidades, a nível individual e como característica das últimas gestões, com a construção de um ambiente favorável à criação de novos postos de trabalho, que coloca o Ceará como destaque mesmo nas adversidades, com geração de emprego e bons indicadores fiscais.
Como o Ceará trabalha hoje para transmitir ao mundo empresarial todas as conquistas que tem obtido, em termos econômicos, de governança e respeito ao meio ambiente?
Temos uma equipe técnica preparada e experiente para dialogar com os investidores e transmitir todos os benefícios de se investir no Ceará. Isso, sem dúvida, faz toda a diferença na hora de fecharmos os acordos. Basta ver a quantidade de memorandos que já assinamos apenas na área de Hidrogênio Verde, além das outras áreas.
A partir de 2023 o estado do Ceará terá outro governo pelos próximos quatro anos. Quais são as garantias de que a política estratégica de desenvolvimento do estado será mantida, não somente pelo próximo governo, mas também pelos que virão depois?
Muitas das nossas ações deixaram de ser uma política de Governo e hoje são uma política de Estado, o que traz segurança jurídica aos investidores. Além disso, temos toda uma estrutura já montada e ambiência que favorecem a atração de novos negócios ao Ceará. Não tenho dúvidas de que a próxima gestão, capitaneada pelo governador Elmano de Freitas, manterá essa estratégia que tem tido muito êxito nos últimos anos.