Luis Viga (Fortescue): Gigante do hidrogênio verde
Luis Viga, gerente de Desenvolvimento de Negócios da FFI
Empresa global de energia verde, a Fortescue Future Industries (FFI) é uma pioneira no desenvolvimento de tecnologia para produzir hidrogênio verde, contendo zero carbono, a partir de fontes 100% renováveis. É uma solução que pode ajudar a revolucionar a maneira como alimentamos nosso planeta: descarbonizando a indústria pesada e criando empregos globalmente. Ao longo dos últimos anos, a FFI vem buscando novos mercados para desenvolver projetos industriais e, ao chegar ao Brasil, optou pelo Ceará, um dos líderes na pesquisa de energia alternativa no país. “Queremos instalar a primeira usina de hidrogênio renovável do Brasil, para estabelecer um novo e importante mercado energético, que será essencial para o meio ambiente”, explica o gerente de Desenvolvimento de Negócios da FFI no Brasil, Luis Viga.
Por que a FFI decidiu assinar um Memorando de Entendimento com o Ceará para participar do hub de hidrogênio verde?
Acreditamos que é fundamental transformar a forma como os humanos produzem energia para enfrentar a crise climática. A mudança de sistemas de energia de combustíveis fósseis para energia renovável, como solar ou eólica, reduzirá as emissões que causam as mudanças climáticas. Mas você precisa começar imediatamente. É por isso que a energia de emissão zero deve estar disponível em escala industrial e global o mais rápido possível e a um preço que concorra com o obtido por meio de gases poluentes. É aqui então que o hidrogênio verde entra em cena e se apresenta como uma solução ótima para esse problema. A América Latina está posicionada como uma região-chave para a transição energética, pois possui abundantes recursos de energia renovável de alta qualidade e uma localização estratégica que pode permitir estar na vanguarda do crescimento e da criação de empregos para a economia da região. É por isso que, desde 2020, a FFI começou a buscar oportunidades para desenvolver projetos de energia renovável verde e hidrogênio verde, sendo o Brasil um dos principais mercados para essa indústria emergente. Por isso, assinamos, em julho de 2021, um Memorando de Entendimento com o estado do Ceará para avaliar a oportunidade de desenvolver projetos industriais à base de hidrogênio verde. O objetivo é realizar estudos de desenvolvimento sobre a viabilidade de instalação de uma usina de hidrogênio verde renovável e permitir a colaboração com universidades locais para desenvolver programas de pesquisa para promover tecnologias relacionadas com hidrogênio, com a visão de treinar e contratar pessoal local.
Quais são as vantagens competitivas que o Ceará oferece?
O Ceará promove ativamente o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde. O governo local tem feito um ótimo trabalho, alinhando objetivos públicos com interesses privados para apoiar o desenvolvimento deste tipo de projetos. Da mesma forma, o Ceará tem potencial competitivo e de larga escala para projetos eólicos e solares, essenciais para o desenvolvimento da indústria do hidrogênio verde. Além disso, possui infraestrutura portuária de classe mundial no Pecém e várias vantagens fiscais, como a ZPE e a Sudene, por exemplo.
Qual é a importância dessa sinergia entre o setor privado e o Estado?
Para fomentar o desenvolvimento deste mercado nascente, são necessárias políticas de apoio ao investimento em grandes projetos e de capitalização das oportunidades apresentadas pelas energias renováveis. O governo do Ceará apoia fortemente o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde. Da mesma forma, o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e demais stakeholders é fundamental e constante para a promoção desse mercado necessário para a descarbonização das matrizes energéticas globais. O apoio ativo de todos esses stakeholders é um dos aspectos fundamentais para que a FFI consiga desenvolver seu projeto no Estado do Ceará.