Hudson Mendes (AeC): Tecnologia no Cariri

08:07 20 de novembro de 2022 Por Daniel Oiticica

Hudson Mendes, executivo de operações da AeC

Atuando no mercado há 30 anos, a AeC é uma empresa presente em ao menos sete estados, apresentando soluções tecnológicas de call center, com especialização em relacionamento com clientes. São aproximadamente 43 mil colaboradores, sendo quase quatro mil só no Ceará. A companhia tem como clientes empresas de diversos segmentos, como nativas digitais, fintechs, setor financeiro, telecomunicações, serviços, varejo, seguros, energia e saúde. Os caminhos para o crescimento institucional, as perspectivas para o futuro e novos projetos foram detalhados nesta entrevista por Hudson Mendes, executivo de operações da AeC.

Por que a AeC abrir uma filial no Ceará, mais especificamente em Juazeiro do Norte?
A escolha pelo Ceará está muito ligada à mão de obra qualificada. Vimos uma grande oportunidade na cidade por ser um polo tecnológico e estudantil muito forte. Existem várias universidades, tanto públicas quanto privadas, o que formou mão de obra muito qualificada. Além disso, o perfil é acolhedor, ou seja, pessoas que são preocupadas em resolver os problemas das outras. Exatamente a nossa área de atuação, o que fortaleceu a decisão de se instalar na região.

Até que ponto a grande quantidade de cabos de fibra ótico submarinos instalados no Ceará pesou na decisão de abrir esta filial?
Infraestrutura é extremamente importante. Precisamos que a tecnologia esteja disponível e principalmente com o link de internet já que trabalhamos muito com voz e dados. Então, precisávamos ter essa disponibilidade também na cidade, e a região do Cariri favoreceu. Temos vários provedores de internet na cidade, então, a tecnologia chega aqui com facilidade. Isso também foi um atrativo importante para empresa tomar a decisão.

Se falarmos de hidrogênio verde, por exemplo, há toda uma indústria que esse negócio vai atrair para o Ceará...
Sem dúvida, são mais possibilidade de negócios. Além do próprio mapeamento do ambiente. Sabemos que algumas empresas estão investindo nesse mapeamento que vai facilitar bastante a instalação e essa captação da energia eólica offshore.

Quais foram os resultados obtidos até agora?
A empresa estava em um processo de crescimento muito forte. Entre 2010 e 2011 iniciou seu processo de interiorização. Primeiro, em Minas Gerais com duas cidades: Governador Valadares e Montes Claros. Foi aí que vimos uma oportunidade de vir para o Nordeste. A primeira cidade nordestina foi Campina Grande, na Paraíba, em 2012. Em 2014, surgiu a oportunidade de Juazeiro, no Caerá. Era um momento de grande crescimento da empresa, já que estávamos com vários clientes entrando, além de outros que eram nossos parceiros antigos e estavam crescendo enquanto vivíamos um movimento exponencial. Entre dois e três anos, a empresa praticamente dobrou de tamanho.

Quais os fatores que correspondem a esse crescimento?
A AeC foca muito no desenvolvimento das pessoas. Os resultados que estavam sendo entregues, a credibilidade que a empresa estava passando para os nossos clientes favoreceu muito a possibilidade de termos esse crescimento. Tivemos uma experiência muito positiva em Campina Grande, com excelentes resultados, logo em seguida veio João Pessoa e Mossoró. O Nordeste fortaleceu muito esses avanços por essa característica acolhedora e de se doar ao máximo.

Quais serviços vocês acrescentaram nos últimos tempos para os clientes?
Nós atendemos empresas que vão desde o segmento de energia a bancos, como por exemplo, nativos digitais e instituições mais tradicionais, além de termos oferta de serviços de telecom, cobrança e serviços de vendas. Temos alguns parceiros que trabalham com aplicativo de entrega, enfim, hoje nós temos mais de 90 clientes na nossa carteira, uma empresa com mais de 40 mil funcionários e conseguimos, de uma forma bem significativa, ajudar os brasileiros nesse suporte.

Que mensagem você gostaria de passar para quem está pensando em investir no Ceará?
Existem conceitos formados sobre a região Nordeste. É preciso se desvencilhar desses conceitos. O Sudeste foi construído pelos nordestinos e olha o quão rico o Sudeste foi e ainda é para o nosso País. Existe um universo de oportunidades aqui no Nordeste, principalmente no Ceará, para geração de emprego, confecção e construção de produtos, além de tecnologia. Temos mão de obra extremamente qualificada, pessoas extremamente competentes. A turma é realmente diferenciada, vale apostar e eu acho que a resposta está aqui. Hoje somos uma empresa com quase quatro mil colaboradores, gerando uma grande renda para a cidade graças à mão de obra e ao trabalho que foi feito pelos cearenses.