Teresinha Lisieux (Cajuína São Geraldo): A love brand dos refrigerantes

20:16 16 de novembro de 2022 Por Daniel Oiticica

Teresinha Lisieux, diretora da Cajuína São Geraldo

Com mais de 45 anos atuando no mercado, uma verdadeira love brand do Ceará, a Cajuína São Geraldo traz em seu portfólio toda uma história de excelência e alto padrão de qualidade no seu catálogo de produtos, que, além do tradicional refrigerante de caju, conta com refrigerantes nos sabores uva e guaraná. Um dos aspectos que se destacam na história da empresa, atuante desde a década de 70, é a valorização e o incentivo das tradições culturais nordestinas, especialmente as da região do Cariri, no Sul do Ceará. Nesta entrevista, Teresinha Lisieux, diretora da empresa, explica os fatores essenciais para a longevidade da empresa assim como as projeções para o futuro.

Como a Cajuína São Geraldo está trabalhando atualmente?
Nós vínhamos em um plano de crescimento em 2019, bem estruturados e nos deparamos com a pandemia em 2020. Por termos uma empresa do ramo de alimentação, nosso trabalho não parou. Continuamos trabalhando e, nesse período de pandemia, o que observamos é que o consumo mudou. Nós vendíamos muito o que costumamos chamar de “pitchulinha”, que é o produto de 250 ml, e a garrafa de um litro e, então, passou ganhar destaque a embalagem familiar de dois litros. Somente agora, em 2022, é que a embalagem de um litro está retornando com força. Durante a pandemia, trabalhamos de maneira bem limitada, mas não demitimos ninguém na empresa. Fizemos todo um planejamento para que que não houvesse perda de postos de trabalho. Agora, em 2022, as portas foram abertas e retomamos as atividades que fazíamos. Abrimos as portas para as romarias, nas quais recebemos, aqui na empresa, mais de 11 mil pessoas durante três dias.

Como a empresa está estruturada?
Atualmente, atendemos todo o Nordeste. São Paulo e Brasília ficam com outra fatia. Entretanto, o nosso foco hoje é o Nordeste. Pretendemos entrar com força em toda a região e estamos fazendo um plano de expansão dentro da indústria. Estamos recebendo maquinários novos para que seja possível seguir dentro do nosso planejamento estratégico com essa vertente de distribuir para todo o Nordeste. Estamos investindo em novas sopradoras, xaroparias e enchedoras.

Com a experiência de anos no mercado cearense, como você enxerga o Ceará, seu ambiente de negócios, sua infraestrutura e suas vantagens competitivas?
Hoje podemos dizer que estamos em uma situação confortável. Existe uma série de políticas públicas e incentivos, como o Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) e o Programa de Recuperação Fiscal (Refis). A Cajuína São Geraldo está localizada em uma posição muito privilegiada, a cerca de 600 quilômetros de todas as capitais do Nordeste, com exceção de Salvador, na Bahia. Mas precisamos como Estado de uma melhor logística de distribuição de estradas e ferrovias, o que abre oportunidades para investimento. O Ceará tem tudo de bom. Um sol maravilhoso, uma localização privilegiada, com o turismo religioso e ecológico, que é muito forte. Contamos com vários polos de calçado e alumínio. Também temos as grandes redes de supermercados. Todos vêm para cá, então, existem muitas oportunidades no Cariri.

A Cajuína São Geraldo carrega com ela toda uma identidade do Ceará...
A Cajuína São Geraldo é uma empresa familiar. Ela nasceu dentro de uma casa, em 1970. Era basicamente um laboratório dentro de uma residência, que guardava a matéria-prima em um quarto. Aqui em Juazeiro, temos a tradição dos reisados, que são os festejos em homenagem aos Reis Magos. Essas celebrações saem nas ruas entre o Natal e o Dia de Reis e, como havia muitos grupos de reisado por aqui, eles passavam em frente a à Cajuína. José Amâncio, Francisco de Souza e Tarcila Sousa, que são as pessoas que criaram a cajuína, ofereciam a bebida com bolacha, o que foi se tornando uma tradição. Hoje recebemos os romeiros na nossa fábrica e criamos uma marca, a “Forró da São Geraldo”, com os eventos em época de romaria.

Como uma cearense, integrante de uma empresa familiar e de uma indústria que gera riqueza e empregos, como você espera ver o Ceará no futuro?  
Saúde é muito importante para gerar empregos. Uma pessoa com saúde e qualidade de vida consegue trabalhar em paz e prosperar. Uma pessoa que tem bem-estar na vida consegue potencializar o processo criativo, essa competência aflora e, a partir disso, cria novos negócios e produtos.